Ah, seu ROBERTO PIVA…

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AH, seu JOÃO CABRAL…

Não canso de assistir “RECIFE-SEVILHA”, documentário de Bebeto Abrantes sobre João Cabral de Melo Neto que o Canal Arte 1 vira e mexe reprisa. Adoro quando ele conta da vez em que viu, com uma amiga, cantora de Sevilha, um cantor de flamenco de Madri (em outro momento, João diz que o flamenco em Barcelona e em Madri – ao contrário de Sevilha – é coisa de turista). Ao fim do espetáculo, ele quis saber a opinião da amiga, que não gostou: o cantor “não se expunha”. Então, Cabral fala dos grandes cantores de flamenco: eles se expõem, “cantam no extremo da voz”. O diretor (apenas o ouvimos, não o vemos) comenta: “Como o poeta, né? Como a poesia…” Cabral – já cego quando o doc foi feito – fica um tempo em silêncio, e solta: “Como qualquer coisa”. MESTRE.

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LA CARNE

la carnes

Fissura total pelo quinto disco da banda. Abaixo, um trecho de um textinho que escrevi sobre os caras em 16-09-2008, no meu finado blog:

Não consigo parar de ouvir GRANADA (alguém pode me explicar que porra de música é “Surra”?) Bueno. Sou fã dos caras desde o primeiro disco, um clássico absoluto. Linari é um historiador maluco – “Pode me poupar dos seus discursos/ seu bom gosto e suas lições de moral” – que sacou uma profunda e sem pompa maneira de fazer História: rir de si mesmo e cantar numa banda de rock e, digamos, CONSTRUÇÃO CIVIL chamada La Carne – La Carne, assim como a Patife Band, como diz meu amigo Mario Bortolotto (que me apresentou a banda), estrapola o rock: é obra de arte. Sei lá: só sei que ouvir GRANADA ou assistir a um show dos caras equivale a uma geral nos nervos e a uma revisão elétrica em qualquer coisa que eu estiver escrevendo no momento: “quê que eu tô fazendo aqui/ pára esse avião”. As VIGAS da bateria do Sidney e do baixo do Carlos (show à parte na faixa-título, que puta clima) seguram a onda da BRITADEIRA IMPRESSIONANTE DE RIFFS que o Jorge arranca da guitarra. E, claro, da voz do Linari, o MESTRE DE OBRAS que soa no palco e nas letras como um psicopata cativante, um Rabelais das invertidas – “contra a corrente desde sempre, baby” –, um gordão pulando com gosto seu pulo ridículo na piscina: “pode começar a se preocupar comigo”. A classe operária despreza o paraíso.

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CLÓVIS

Gosto demais deste personagem criado pelo amigo e grande cartunista Paulo Stocker.

clovis_stocker

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MESTRE

ZE

Jorge Loredo (1925-2015)

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MARCELO MIRISOLA

“Eu não seria escritor se não fosse por ela. Faz trinta anos que escrevo para uma única mulher. Desde a primeira sílaba até hoje. Para ela me ouvir. O resto é a vida vivida aos trancos e barrancos, centenas de outros autores lidos e relidos, e a literatura como pretexto. Ela virou um livro que virou outra(s) mulher(es) que viraram outros livros. Um conselho? Bem, meu problema certamente foi de comunicação. Eu devia ter procurado uma fonoaudióloga no lugar de um editor. Pense nisso antes de se meter a escrever livros. Você pode até se transformar no maior escritor de sua geração. Mas vai terminar seus dias falando de amor para as pessoas erradas”. >>>>> MARCELO MIRISOLA

[dando um conselho a autores iniciantes a pedido do Blog do Denser.]

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HERBERTO HELDER

herberto-helder

(…)

foi apenas o melhor numa “agonia transparente para si mesma”
um morto veloz na maneira de pôr os dedos
sobre a “escrita impossível”
treinara o medo como se faz com uma foca
tinha uma cabeça muito boa para isso
e o medo apanhava no ar o seu peixe cruamente alimentar
percebia ainda que “tudo” poderia ser “electrocutado”
de “luz e trevas” não distinguia nada e desejava
da sua “desatenção paciente” e do “vocabulário em pânico”
fazer pelas cercanias da sua morte fazer talvez
uma espécie de “jardinagem” o menos peremptória possível
mas exaltante
alguém às vezes passando debruçava-se queria “respostas”
“o que era e quem e como e onde e porquê”
tudo curiosidades estranhas ao seu tão grave “trabalho”
todos os dias mais lhe cresciam os “órgãos” inúteis
devotara-se ao “movimento” assustador da “limalha”
magnetizada morria morria de pura limalha andante
e alguém passando desejaria saber do “íman”
“onde? qual?” e talvez “para quê?”
sim senhores ele trabalhava bem nestes “instrumentos” pequenos
eram para sempre o seu “modo de escrever” a tempo
“o erro todo”

(…)

HERBERTO HELDER (1930-2015)
[fragmento de “Texto 11”, in ANTROPOFAGIAS, 1971]

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LARRY DAVID = GÊNIO

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Vi o último episódio da oitava temporada de CURB YOUR ENTHUSIASM, no qual Larry David é vizinho do Michael J. Fox. Fox, todos estão carecas de saber – e todos os personagens passam o episódio inteiro enchendo o saco do Larry lembrando-o disso -, tem Mal de Parkinson. Sério. Quase mijei de rir. Numa palavra, Larry David = GÊNIO.

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TRANQUEIRAS LÍRICAS em ESTÚDIO

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Em “Ponto Final” (Cia das Letras), ao falar da primeira e mitológica leitura pública que Ginsberg fez de UIVO, Mikal Gilmore lembra que um ano depois Elvis Presley ajudaria, “à sua maneira, a escancarar o portão. ‘Nós amamos Elvis’, diria mais tarde o poeta Gregory Corso, lembrando-se da noite em que ele e Kerouac viram Elvis no programa de televisão The Ed Sullivan Show. (…) UIVO e ELVIS. Nada seria igual depois disso”.

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Cito isso pra dizer que 1) Eu e meu parceiro Fabio Brum começamos a registrar em CD (Fotos Dani Dezan) o repertório de poemas e sons que integra nuestro espetáculo TRANQUEIRAS LÍRICAS – que ano passado completou 10 anos de estrada. Sempre fui reticente a essa ideia: o que fazemos é algo que, sei lá, só funciona ao vivo – include aí, obviamente, boa dose de cagaço da minha parte. Mas o Brum me convenceu. E bastou ouvir o primeiro “rascunho” do que fizemos ontem pra eu dar toda a razão a ele. Acho que vai ser uma brincadeira e tanto – além do más, como diria Caetano Veloso: “Por que não?”. Portanto, e fundamentales: PUTA ABRAÇO ao meu hermano Alexandre Morales e ao Beto Marsola, pilotos e companheiros foda do Estúdio JABURU

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E, 2) Cito o fragmento acima pra dizer, sobretudo, que de muitas formas esta é minha terra natal: “Uivo e Elvis”; em outras palavras: poesia e rock’n’roll. Ouié.

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ANITA EKBERG

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“Ela era de uma beleza sobre-humana. Vi seu retrato pela primeira vez numa revista americana: meu Deus, pensei, faça com que eu não a encontre jamais! Essa sensação de encantamento, de pasmo arrebatador, de incredulidade que experimentamos diante das criaturas excepcionais, como a girafa, o elefante, o baobá, eu experimentei alguns anos mais tarde, no jardim do Hôtel de Ville, em Paris, quando a avistei vindo em minha direção…”. FEDERICO FELLINI, sobre ANITA EKBERG (1931, 2015)

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